segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Há Intolerância nos justos?
Por João Ricardo Nogueira

A cada dia vejo aumentar a intolerância e o ódio entre o povo, inclusive entre o povo de Deus. Quanto aos ímpios, não me cabe sequer comentar, afinal esta é a sua própria natureza. O que preocupa é a naturalização do ódio por aqueles que, em tese, se dizem ou deveriam ser novas criaturas. “A ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1:20)

Vivemos em um mundo cheio de mazelas e injustiças sociais, onde crianças e idosos estão nas ruas com fome e sede, e nus, muitos estrangeiros, doentes e encarcerados, presos a esta condição desumana e cruel - marginalizados - e desta condição não sairão sozinhos, pois não têm forças para isso e muito menos oportunidade de fazê-lo. Essas pessoas precisam de alguém que lhes estenda a mão, alguém que lhes dê o que comer, o que beber, que lhes ofereça um teto, que cuide de suas chagas enquanto os visita na prisão das ruas onde estão...

Quem está nesta realidade clama por socorro e misericórdia todos os dias, mas mesmo nesta condição de extremo flagelo em que se encontra, muitas vezes ainda é  culpabilizado por sua situação, punido todos os dias pelo desprezo dos ditos “santos”, que, de seus sepulcros caiados arrotam falsas moralidades para culpar outrem. Sem nenhuma piedade, estes afirmam que tais condições se devem à falta de “meritocracia social”, quando não os taxam de vagabundos…

  Acaso alguém pode ser culpado por nascer nesta condição de flagelo? Ou alguém pode ter mérito por nascer em uma situação abastada? É óbvio que não! Mas todos os dias sou obrigado a ver fariseus, defendendo uma falsa auto meritocracia, e criticando quaisquer tipos de ação social praticada pelo Estado ou por ONGs que fazem exatamente o que estes deveriam fazer e não o fazem! “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.” (Mateus 23:28)



A estes fariseus e hipócritas, digo que se desviem de seu mau caminho enquanto há tempo, pois chegará o dia em que ouvirão do Senhor: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.” (Mateus 25:41-46)