segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Então é Natal

Por João Ricardo Nogueira

“Então é Natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez.
Então é Natal, a festa Cristã.”
(Então é Natal da Simone)

Pois é, meus amigos; mais um ano se passou, e novamente chegamos no período das festas natalinas.

Usei um trecho inicial de uma conhecida música da cantora Simone, para abrir este texto, pois acho que a mesma resume um pouco o que penso do Natal.

Na música, a Simone nos lembra o que é o Natal, ou seja a comemoração do Nascimento de Cristo; mas ela vai mais além, quando nos questiona: “Então é Natal, e o que você fez?”.

Muitos se dizem Cristãos, muitos outros se dizem Revolucionários, e ainda temos aqueles que se dizem Ateus e defensores da Ciência.

Mas é consenso entre todos, a defesa de um mundo melhor, seja através da religião, da política ou da ciência.

Porém, na verdade o que vemos hoje não é bem isso. Cada vez mais percebemos que tanto a religião com suas doutrinas, como a política com suas ideologias e a ciência com suas descobertas, passaram a ser mais importantes que o motivo de todas elas ou seja o bem da humanidade.

Em nome da Religião já se cometeram verdadeiras barbáries, em nome de diversas ideologias, sistemas excludentes ou autoritários, em nome da ciência e da evolução, destruímos nosso planeta cada vez mais, única e exclusivamente em prol de lucro.

Será que os ditos Cristãos teriam coragem de se-lo ao pé da letra, e seguir a Jesus de fato, em todos os seus ensinamentos e exemplos?

Será que os ditos Revolucionários teriam coragem de abrir mão de tudo e colocar suas vidas a disposição da luta real, em defesa de um mundo melhor?

Será que os Cientistas, fariam suas pesquisas em busca de descobertas, sem o menor interesse de lucro e reconhecimento, apenas pelo bem da humanidade?

Será que se Jesus Cristo volta-se hoje, as festas seriam mesmo em sua homenagem?

Será que você que leu até aqui, terá coragem de ser diferente em 2008?

Feliz Natal!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Juventude x Partidos Políticos

Por João Ricardo Nogueira
A Juventude não pode perder a sua capacidade de sonhar e de se indignar com as injustiças do mundo. É esta Juventude que o Brasil quer e precisa. Uma Juventude que lute, que vá às ruas, que brigue por suas idéias e faça a diferença em Cuiabá, em Mato Grosso e no Brasil, transformando nosso país numa nação melhor.

Precisamos continuar acreditando e lutando por um futuro melhor. Precisamos defender a bandeira de um país mais desenvolvido, um país mais justo, um país mais solidário. Não se trata de utopia, mas de um sonho. Um sonho que – não tenho a menor dúvida – se transformará, um dia, em realidade.

Mas para que isso ocorra, precisamos participar, pois como diz a famosa frase: “O grande problema daqueles que não gostam da política é que sempre serão governados por quem gosta”.

Nós jovens, devemos participar dos Partidos Políticos, pois são os representantes formais da sociedade na política, à qual gostemos ou não, decide nossas vidas. Por isso devemos fazer com que de fato passem a ser legítimos em sua representação, defendendo nossos reais interesses coletivos, ao invés dos de meia dúzia de sangue sugas que se apoderam dessas agremiações, por nossa inércia no processo de representação democrática.

Ser militante não significa fechar os olhos, desobedecer à razão e seguir cegamente todas as decisões partidárias. O papel do militante é contribuir com o partido, para que ele não se desvie dos compromissos feitos com o povo brasileiro, como infelizmente temos visto acontecer no Brasil.

Por isso, junte sua galera escolha um partido que tenha afinidade, e faça a diferença, junto com aqueles que de fato querem mudanças de verdade, que não aceitam mais esta realidade, e que vão fazer a diferença nas mudanças da sociedade. Juntos, podemos fazer a diferença e mudar esta realidade, basta querer e fazer a nossa parte, pois como disse James Baldwin a Martin Luther King:


“Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado,

Mas nada pode ser modificado sem ser enfrentado”.

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segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Os Traidores dos Estudantes

Por João Ricardo Nogueira

Ivan Deluqui, mais conhecido no Movimento Estudantil, como Sapão.

Tenho visto matérias onde o mesmo se intitula Diretor de Políticas Institucionais da AME. Fiquei perplexo com a notícia. Primeiro que este Cargo, segundo o Estatuto da Entidade (o qual tenho cópia), não existe. Mas, mais estranho ainda, pelo fato dele não ser estudante há muiiiiiito tempo, e não ter sido eleito a nenhum cargo no último Congresso da AME, do qual participei como Ex-Presidente.

Aliás, que eu saiba, o último cargo que ele, de fato foi eleito no Movimento Estudantil, foi como Tesoureiro da ACES na gestão de 97/99, da qual foi expulso, por roubo e desvio de dinheiro da entidade, como consta registrado no livro de ATAS da ACES.

Tendo em vista o seu histórico de militância, e seu perfil mercenário e oportunista, que nunca teve ideologia ou vínculo com interesses coletivos, fiquei surpreso de saber que o Prefeito o nomeou como Coordenador Municipal da Juventude. O que achei um ato no mínimo equivocado do Prefeito, pois como diz o ditado: “Diga com quem andas, e direi quem tu és”.

Mas tudo isso, não me surpreenderia se fosse com o consentimento e conivência do atual Presidente da AME, Celso Cunha, que já esta no bolso há muito tempo. Como demonstrou na última reunião do Conselho Municipal de Transporte, votado a favor do aumento da passagem, em um claro desrespeito às deliberações do Congresso da AME, que definiu a defesa da redução, da já superfaturada passagem.

Ao que tudo indica, o Sr. Celso Cunha vem tendo um Professor de pelegagem, pois conseguiu não só dilapidar todo o patrimônio da entidade ao ponto de fechá-la. Diga-se de passagem, ao final de minha gestão, a entidade tinha sede aparelhada e carro novo como parte do patrimônio da entidade, que misteriosamente evaporou-se.

Mas isso não é de se estranhar, tendo em vista o fato do Sr. Celso, ter tido a capacidade de roubar da sede da entidade o livro de ATAS da ACES (Fato registrado em B.O. na época), a fim de registrar um suposto Congresso da ACES que o teria elegido como Presidente desta gloriosa entidade.

Talvez todas essas atitudes isoladas cometidas pelo Sr. Celso Cunha, justifique o fato dele, que pouco antes destes eventos, andava a pé e morava em kitinete; Agora esteja com dois carros, e morando em uma casa com piscina. Será que ganhou algum prêmio?

Como podemos ver senhor leitor, existe uma face oculta do pelego, que vem usando o nome dos estudantes através de duas gloriosas entidades como a ACES e a AME (as quais já tive a honra de presidir), para se dar bem, e fazer politicagem em favor de interesses totalmente desvinculados com os interesses dos estudantes.

Mas em toda essa história, o que me deixou mais indignado foi saber que está sendo convocada, em nome da AME e da ACES, uma manifestação para defender a restrição ao Passe Livre; Aí, já é o cumulo do absurdo, usar entidades históricas para defender interesses totalmente contrários aos da classe que representa.

Por isso, concluo este texto, conclamando aos estudantes de verdade, a uma palavra de ordem ao Sr. Celso Cunha, mas que também serve bem ao Sr. Ivan Deluqui.

“Celso, farsante, inimigo do estudante!!!”

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Calote da MTU x Passe Livre

Por João Ricardo Nogueira

Da pra ficar no mínimo, com uma grande pulga atrás da orelha vendo a MTU preocupada com os investimentos da Prefeitura no Passe Livre, alegando que o mesmo estaria trazendo prejuízos ao Erário de cerca de 20% do seu uso. Ao mesmo tempo, que é uma das responsáveis pela dívida das empresas com a Prefeitura. Se realmente estão preocupados com os cofres públicos, porque não pagam o que devem?

Com o antigo Meio Passe, que tinha seu uso muito mais liberado do que é hoje, nunca vi, ou ouvi falar da MTU defendendo um maior controle sobre o mesmo, por que será?

A final, teoricamente não há nenhuma diferença para as empresas, entre o antigo Meio Passe e o atual Passe Livre. Pois, 50% permanecem embutidos na tarifa, e os outros 50% antes pago pelos estudantes, hoje é pago pela Prefeitura de Cuiabá.

O motivo disto é claro, é que antes as empresas não eram licitadas, sonegavam os impostos, multas, valor de outorga de concessão, etc. E ficava por isso mesmo.

Mas agora a Prefeitura queira ou não, terá que cobrar, pois ela passou a ter uma dívida com as empresas em função do Passe Livre. O fato é que as empresas querem receber, mas não querem pagar o que devem, perpetuando o calote aos cofres públicos de milhões, o que já foi demonstrado pela CPI, que investigou o Transporte Público de Cuiabá.

A Lei do Passe Livre, no Parágrafo 3º do Artigo 3º, diz que no caso de fraude “comprovada”, o beneficio pode ser cassado. Portanto se a MTU tem como provar que 20% do uso do Passe Livre hoje, se da de modo irregular, e fraudulento como afirmam; A mesma é cúmplice desta ilegalidade, pois tendo conhecimento da mesma como diz ter, não tomou as medidas cabíveis, para que a SMTU investigue e determine a cassação dos benefícios comprovadamente irregulares.

O fato é que hoje a MTU, deliberadamente manipula todas as informações de acordo com seus interesses. E a Prefeitura, não tem o menor controle “real” sobre o sistema, sendo obrigada a acreditar em todos os dados repassados pela MTU, que é de fato quem gerencia o transporte público de Cuiabá e não a SMTU, que tem papel de mera coadjuvante neste processo. Pelo menos é isso que os fatos demonstram.

Gostaria de aproveitar esse espaço para sugerir aos supostos Paladinos da Câmara de Cuiabá e à Prefeitura, através da SMTU, que em vez de prejudicar os estudantes, fizessem cumprir as Leis relacionadas ao transporte público de Cuiabá. Como por exemplo, a que diz ser obrigatório à publicação da Planilha de Cálculo Tarifário, em Jornais de grande circulação de Cuiabá, quando do cálculo de nova tarifa; ou mesmo à Lei que diz ser obrigatório ter um ônibus em cada linha existente a cada uma hora, no horário do corujão, que corresponde das 0h às 5h, entre outras também não cumpridas.

Mas parece que tanto a Câmara quanto a Prefeitura, estão mais preocupados em fazer coro com os argumentos, no mínimo duvidosos, usados pela MTU em defesa de seus próprios interesses empresariais, a revelia dos interesses da sociedade cuiabana a qual deveriam estar defendendo.


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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O Gago e o Orador

Por João Ricardo Nogueira
Dando uma sapeada na internet, descobri que dia 22 de outubro, é o Dia Internacional de Atenção a Gagueira. Notícia praticamente sem nenhuma importância, para a maioria das pessoas, com exceção, é claro, aos Gagos como eu.

Descobri que no Brasil, existem aproximadamente quase dois milhões de pessoas com esse incômodo distúrbio da fala. Segundo as estatísticas que afirmam ter 1% da população, esse problema.

Comecei a refletir como a sociedade de modo geral trata dessa deficiência verbal, que acomete algumas pessoas. Diferentemente de qualquer outra deficiência, que normalmente gera um sentimento de pena e piedade nas pessoas, a gagueira normalmente é motivo de piadas e chacotas.

Graças a Deus, eu nunca tive problemas com isso, pois sempre tive uma postura auto-afirmativa, inclusive à gagueira nunca me impediu de falar em público, feito considerado difícil à maioria das pessoas de fala normal.

Recordei-me de uma aula do Professor Castro, no antigo Colégio Expressão, onde ele fez uma referência a um Grego, que teria sido o maior orador da história, e que o mesmo teria sido gago, até se curar com um procedimento nada convencional, de usar pedrinhas na boca. A princípio, achei se tratar de alguma piada, o que era muito comum naquelas salas de aula, entre todos os Professores que tinham uma grande habilidade em prender a atenção dos estudantes, contando piadas e anedotas uns dos outros.

Resolvi dar uma pesquisada no assunto, e descobri a existência de Demóstenes, que de fato foi considerado o maior Orador Grego da História, e que era realmente gago.

Demóstenes é o maior exemplo de que a arte da oratória não é um dom inato, mas que pode ser aprendida pelo estudo e pela prática. O maior orador da Grécia fracassou redondamente na sua primeira tentativa de falar em público.

Segundo pesquisei, o mesmo teria sido motivo de grande chacota, quando pela primeira vez resolveu falar ao público, nas famosas assembléias de Atenas. Em outra ocasião, a assembléia recusou-se a ouví-lo.

Mas o que mais me chamou atenção nesse personagem histórico, não foi somente a cura de sua gagueira e sua ascensão como orador, mas sua coragem de defender seus ideais. Pois no auge do sucesso de Felipe da Macedônia, como conquistador de povos, em plena campanha da Grécia, Demóstenes faz discurso contra Felipe, e encoraja aos concidadãos atenienses a enfrentar o invasor.

Que exemplos como esses, nos tragam a uma maior reflexão sobre a oportunidade que perdemos ou cerceamos a alguém, de superar-se. Quem sabe quantos Demóstenes não foram calados, ou quantos Einstein reprimidos? Por serem considerados incapazes na infância, como ocorreu com Albert Einstein, que era considerado retardado na infância, e que veio a ser uma das mentes mais brilhantes de nossa História.

Por tudo isso, deixemos os preconceitos de lado, e passemos a valorizar cada nova oportunidade que nos é dada, de engrandecer a humanidade.


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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Paladinos da Moralidade x Passe Livre

Por João Ricardo Nogueira
É no mínimo estranho ver os argumentos usados pelos Parlamentares de Cuiabá ao restringirem o Passe Livre.

Vereadores de Cuiabá derrubaram o veto, do Prefeito Wilsom Santos, ao Projeto de Lei nº 464/07, que restringe o uso do Passe Livre, ao revogar a Lei Complementar nº 4.727/2005, de autoria do ex-Vereador Milton Rodrigues, que alterava a Lei Original, instituindo o uso livre do Passe Livre.

Seria muito bom se os nossos “representantes”, pelo menos de vez em quando, defendessem nossos interesses. Onde foi parar o resultado do Relatório da CPI do Transporte Publico de Cuiabá, que apontou uma série de irregularidades no sistema, como o superfaturamento do valor da passagem? E um débito milionário das empresas de transporte com a Prefeitura, que até agora não foi sequer cobrado? Estranho, não?

Mas ao que parece os nobres Vereadores, ou pelo menos a sua grande maioria, preferem defender outros interesses que não os da população. Usam medidas de urgência para restringir direitos adquiridos dos estudantes, tudo isso para não permitir o debate do assunto, pois a Casa de Debates não gosta de debater.

Eles se alvoroçam em defender os interesses empresariais, no mesmo tempo em que se esquecem dos que os elegeram. Prova disto é que não os vimos julgando e condenando a MTU, quando esta comete erros, como o de não distribuir o Passe Livre no inicio do ano letivo de 2005, quando na ocasião ainda como Presidente da AME, tive que propor uma Ação Judicial para garantir, por meio de liminar, o direito dos estudantes de terem acesso às salas de aula. Ocasião em que pudemos contar com o apoio de poucos Vereadores, os mesmos que até hoje defendem os interesses da sociedade.

Usei no parágrafo anterior o termo “Julgar”; pois é isso o que alguns Vereadores se acham no direito de fazer. Um dos principais argumentos, dos que restringiram o Passe Livre, é de que o mesmo é usado de forma irregular por alguns estudantes. Como se não houvesse meios de fiscalizar e corrigir eventuais abusos.

Preferem esses Vereadores julgar e condenar todos os estudantes, pelo suposto uso indevido de alguns, que não foram mostrados ou mesmo identificados.

Já imaginaram se nós cidadãos e eleitores que somos, começarmos a julgar toda a classe política, pela ação de alguns que já tiveram suas ações irregulares identificadas e mostradas?

Acho que sobrariam muito poucos pra contar a história; talvez, somente os poucos que hoje nos defendem de verdade.

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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Viva Che Guevara, Abaixo a Veja

Por João Ricardo Nogueira

“Muitos dirão que sou aventureiro, eu sou de fato, só que de um tipo diferente, daqueles que entregam a pele para demonstrar suas verdades”.* - Che Guevara
*Trecho de carta endereçada aos seus pais, antes de partir para sua última trincheira na Bolívia.

Grupo Abril mostra sua cara. O Grupo Abril de Comunicação - dono da revista Veja, resolveu assumir definitivamente a sua real postura: vendida aos interesses dos grandes capitais e mera repetidora dos interesses neoliberais de Washington. Na edição do dia 3 de outubro deste mês da revista VEJA traz, como manchete, uma reportagem tendenciosa e difamadora contra a lendária figura do argentino Ernesto "Che" Guevara.

Isso não me surpreende, tendo em vista sua origem e seu mais recente acionista, o grupo de mídia sul-africano Naspers, que adquiriu 30% do capital acionário da Editora Abril. Vale ressaltar que o grupo Naspers, foi o porta-voz do Apartheid Sul Africano, durante toda sua existência. De seus quadros saíram D.F. Malan, que tornou lei a segregação racial e mais dois chefes do Estado pária: H.F. Verwoerd e P. Botha.

Na Matéria com a chamada de Capa "Che - A farsa do herói" e título "Che - Há quarenta anos morria o homem e nascia a farsa", a revista VEJA - de conhecido caráter demagógico, tendencioso e oportunista – tenta sem êxito, manchar a memória de um dos maiores, senão o maior herói do último século, nosso camarada Ernesto Che Guevara. Pois como poucos, foi capaz de arriscar a própria pele por aquilo que acreditava, por ideais de liberdade e igualdade, mostrando na pratica tudo aquilo que defendia na teoria, com seus exemplos de grande humanista que foi.

Guevara valorizava muito o aspecto ideológico também na construção do chamado "homem novo", ou seja, de um novo humanismo socialista. Em "O que deve ser um jovem comunista", escreveu ele: "o que se coloca para todo jovem comunista é ser essencialmente humano, ser tão humano que se aproxime do melhor dos humanos. Purificar o melhor do homem através do trabalho, do estudo, da prática da solidariedade contínua com o povo e com todos os povos do mundo; desenvolver o máximo de sensibilidade, até o ponto de sentir-se angustiado quando em algum canto do mundo um homem é assassinado e até o ponto de sentir-se entusiasmado quando em algum canto do mundo se levanta uma nova bandeira de liberdade".

Talvez por pensar e agir assim, Che Guevara seja chamado carinhosamente em Cuba de Comandante Amigo pelos cubanos, que o admiram por seus exemplos, como o de ir cortar Cana durante a colheita, mesmo sendo no período, Ministro do Governo Cubano, se igualando aos cidadãos comuns.

E esse respeito, carinho e admiração que sentem os cubanos pelo Che, é algo tão sincero que parece o terem, não como um ídolo distante, mas como um parente próximo, um irmão que se foi e que deixou saudades. Tive a oportunidade de presenciar isso de perto, durante o XIV Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes em 1997 quando estive em Cuba por aproximadamente 15 dias, período esse que me hospedei em casa de cubanos para poder conhecer ao máximo a realidade desse povo maravilhoso.

Na reportagem, ficam evidentes as intenções do Grupo Abril em difamar, de forma vergonhosa a imagem de homem que não pode mais se defender, mas que em vida lutou por ideais de justiça e igualdade - bandeira que o Capitalismo jamais portará.

Mas a própria matéria mentirosa e difamadora, se desmente em vários trechos, onde entra em contradição com o que diz, deixando claro a origem mentirosa das informações como:

“Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto.” Referindo-se a essa fala, como sendo de Che em um “...pedido de misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida...”

Em outros trechos refere-se a Che como: “...um guerreiro disposto ao sacrifício em nome de ideais que valem mais que a própria vida.” Depois referindo-se a batalha no Congo diz: “...Che propôs a seus comandados lutar até a morte.”

Em outro trecho da matéria, a Veja afirma: “Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro.” Logo a seguir diz: “Che também se tornou crítico feroz da União Soviética...”

Poderia aqui citar varias outras contradições, não só da própria matéria, mas dos fatos reais envolvendo os eventos citados pela Veja. Mas o que importa é esclarecer ao leitor, sobre a credibilidade da mesma, pois alem da própria revista não ter nenhuma isenção para tratar do assunto, a mesma só ouviu em suas entrevistas dirigidas, pessoas opositoras ao regime cubano, que não moram em Cuba, sendo a maior parte residente em Miami, mas todas vivem nos Estados Unidos.

Gostaria de mostrar quem são as fontes de suposta credibilidade da Veja na matéria em questão, para não ser cansativo, expondo a capivara de todos escolhi apenas um que mostra a que tipo de gente a revista Veja da credibilidade. Segue abaixo transcrição de parte de um texto publicado no Jornal Hora do Povo, sobre Felix Rodriguez, representante da CIA na ação militar que capturou e executou Che Guevara na Bolivia.

"A outra fonte é ainda mais isenta: um esbirro do quarto escalão da CIA, Felix Rodriguez.
Rodriguez foi o capanga que George Bush, pai, encarregou do tráfico de cocaína na operação Irã-contras (um comparsa de Rodriguez, Gerald Latchinian, foi preso em outubro de 1984 pela polícia americana com um carregamento de US$ 10,3 milhões em cocaína, comprada com dinheiro da CIA); antes, havia sido parceiro do terrorista Posada Carriles nos atentados à população civil cubana. Sobrinho do ministro de Obras Públicas (e que obras!) da ditadura Fulgencio Batista, depois da revolução cubana Rodriguez foi cabecilha dos torturadores de Rafael Trujillo, na República Dominicana; em 1960, esteve na “Operação 40”, da CIA - atentados terroristas em Cuba - e foi instrutor da “brigada 2506” – os vermes da Baía dos Porcos; na Bolívia, esse gangster deu a ordem para o assassinato do Che; em seguida, foi um dos carrascos da Operação Phoenix, no Vietnã (70.000 a 100.000 assassinatos – em 1974, a CIA admitiu 26.369 assassinatos de “não combatentes”, isto é, civis, ao Congresso dos EUA) e da Operação Condor, na América Latina; um dos “encanadores” de Nixon, naquilo que acabaria redundando no escândalo de Watergate; e torturador reconhecido pela própria Justiça de Miami (decisão do juiz Neale Foster, junho de 2004, ao não aceitar seu depoimento num caso de atentado aos direitos humanos)."

Por tudo isso, brademos em alto e bom som:
Viva Che Guevara e Abaixo a Veja!!!


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domingo, 16 de setembro de 2007

"GLOBO, A GENTE NÃO SE VÊ POR AQUI!"

Por João Ricardo Nogueira

O titulo resolvi clonar da campanha da CONAQ, entidade representante das comunidades Quilombolas, que lançou na internet uma carta convocatória contra a renovação da concessão da Rede Globo de Televisão que vence no próximo dia 05 de outubro. (Carta Convocatória segue após este artigo).

Parando um pouco para refletir este assunto, fiquei intrigado com tanta coisa que começa a fazer sentido após esta informação, de fim da Concessão da Rede Globo e de várias outras empresas que também vencem este ano. Informação esta sonegada a todos, por toda a grande mídia nacional, salvo a internet como instrumento ainda livre de manipulação, e de domínio realmente público.

Além disso, recentemente recebi um recado pelo Orkut de meu amigo Henrique Hettwer, (diga-se de passagem, um grande camarada), com um vídeo do YouTube, que segue abaixo o link* aos interessados, mas que me intrigou ainda mais, pois o mesmo é de uma matéria da TV Bandeirantes, onde revela um grande esquema envolvendo o Grupo Abril, que é o proprietário da Revista Veja.

Voltando a questão da Concessão da Rede Globo, de acordo com a Constituição de 1988, as concessões públicas das emissoras de rádio valem por 10 anos e as de TV por 15 anos. A da Rede Globo vence no dia 5 de outubro. Para que aconteça a renovação da concessão, o Poder Executivo precisa encaminhar o pedido para o Senado Federal, que pode aprová-lo com o voto de 3/5 dos senadores. Caso o governo decida não renovar a concessão de uma emissora, o ato do Executivo será submetido ao Congresso Nacional, que poderá aprovar a não renovação com os votos de 2/5 dos parlamentares.

Talvez apenas uma grande coincidência assim eu espero, mas no mínimo intrigante o fato da renovação dos meios de comunicação em nosso País, segundo a Constituição, ter que passar pela aprovação justo do Senado Federal, mais ainda saber da podridão em que esta envolvido o Grupo Abril, que como já disse é dono da Revista Veja.

Sou obrigado a lembrar do caso Renan Calheiros, atual Presidente do Senado, e recentemente envolvido em uma acirrada disputa com a Revista Veja, que o acusa insistentemente de ter cometido várias ilegalidades. Não vou entrar no mérito, para não perder o foco deste artigo, e por que a mim não cabe julgar se o Senador é vítima ou culpado das acusações a ele imputadas pela Revista Veja.

Quero aqui lembrar que alem da Veja, a Rede Globo também cumpre papel de líder nesta grande luta contra o Senador, e como sempre dita a linha das matérias jornalísticas de toda a grande mídia nacional. O que me estranha, é o fato da grande mídia nacional der repente, ter tido uma grande crise de consciência que a levou a ser a grande defensora da moralidade neste País, chegando ao ponto, de transformar em uma novela nacional, um caso extraconjugal enquanto nas novelas reais faz apologias a todo tipo de atos imorais.

Recordo-me, de vários episódios, bem mais graves inclusive, como por exemplo, o caso da compra de votos para a reeleição de FHC, que teria pagado até R$ 200.000,00 por cada voto para garantir a aprovação no parlamento de sua reeleição, que praticamente ficou abafado, se compararmos à repercussão do recente escândalo do mensalão, que pagava R$ 30.000,00 por voto. Claramente uma atitude de dois pesos e duas medidas.

Ato muito louvável em minha opinião, a mídia cumprir seu papel de bem informar a população, inclusive denunciando os atos ilícitos sejam onde for, mas principalmente quando se trata do erário público.

Mas ao que me parece, a grande mídia nacional, cumprindo o nobre papel de Paladina da Moralidade, faz é mandar um claro recado ao Senado Federal e a toda a classe política, “Nós é que ditamos as verdades neste País”, portanto nem pensem em mexer em nossas concessões.

Digo isso pela simples observação dos fatos, que infelizmente não me deixam acreditar que logo agora, nas vésperas de uma data tão importante, der repente e coincidentemente tenha se abatido na grande mídia nacional, esta nobre moralização de sua linha política.

Que me desmintam ser for o caso, mas pelo que sei, sempre esteve ao lado do poder, seja ele qual fosse o perfil ideológico e político, chegando ao cumulo inclusive de defender até mesmo a Ditadura Militar neste País.

Por todos os fatos aqui relatados, fico muito a vontade em não só apoiar a campanha da CONEQ, como em repetir uma palavra de ordem que se tornou comum em alguns comícios pela Campanha das Diretas Já, quando a Rede Globo insistia em boicotar a campanha.

“O povo não é bobo. Abaixo a Rede Globo”.

*Link da matéria acima citada:
http://br.youtube.com/watch?v=4WhJPwXgXnQ&feature=PlayList&p=F2F7578F218B522D&index=0



CARTA CONVOCATÓRIA

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas - CONAQ, entidade representativa das comunidades quilombolas de todos os estados da Federação, convoca todas as entidades e movimentos sociais para construir o Dia Nacional de Repúdio à Emissora Rede Globo de Televisão.

A nossa proposta é que o próximo dia 05 de outubro de 2007 fique marcado pela manifestação "GLOBO, A GENTE NÃO SE VÊ POR AQUI!", que irá expressar a indignação dos movimentos sociais criminalizados, direto ou indiretamente, por essa emissora.

Nós, quilombolas, estamos vivenciando, como outros movimentos, de uma investida da Rede Globo com matérias que negam a nossa identidade étnica e contra o decreto 4887/03, que regulamenta o processo de titulação dos territórios de quilombos.

Questionamos:

o O jornalismo da Rede Globo, pois possui uma postura tendenciosa a serviço das oligarquias, cujos interesses sempre entram em conflito com os interesses das classes populares;

o A formação da opinião pública dessa mídia, já que essas matérias acabam contribuindo para um maior desconhecimento da luta dos quilombolas e de outras lutas, desarticulando os diversos movimentos;

o O ineficiente controle que todos os poderes públicos e sociedade possuem em relação a esta emissora, já que não se sabe quando se renova as suas concessões, não há fiscalização se os Direitos de Respostas são cumpridos, não há punições em relação às distorções cometidas, entre outras.

Sugerimos que neste dia (05 de outubro) sejam realizadas atividades, nas quais se discutam sobre o papel da Rede Globo na sociedade brasileira, analisando como essa emissora desrespeita a diversidade dos movimentos sociais e de entidades.

A nossa postura política representa um ato de repúdio ao abuso de um grupo de mídia privado que se utiliza da concessão pública para descredibilizar aqueles e aquelas, que há mais de 500 anos, constroem a história desse país.

Contamos com a sua adesão.



sábado, 15 de setembro de 2007

Nosso Destino

Por João Ricardo Nogueira

Quem quer manipular nosso destino? Hoje não precisam mais de armas e tanques de guerra. Acabou a Ditadura, acabou a Guerra Fria, acabou a disputa de ideologias. Será?

Hoje nosso destino esta a venda, quem vai pagar mais? Basta contratar um bom marketeiro, basta pagar um bom cachê, fazer o quê, hoje é tempo da informação, da dominação pela formação, ou deformação depende do ponto de vista, e do interesse de quem capitalista.

Hoje nossos jovens, estão presos ao computador, à internet, e a marionetes da televisão, que fazem um grande refrão pra convencer o povão, de que tudo esta bom, mexe não.

Com uma capacidade voraz, faz e desfaz, mas nada faz, apenas finge que faz. Numa mesma situação transforma o mesmo cidadão em nosso herói ou nosso vilão, vai depender do mensalão?

A cada dia um novo problema, uma nova equação, um novo dilema na mão da população. Será que vão cassar? Ou será que vão casar? O político Ladrão, ou o mocinho da Televisão, depende da fonte da informação, ou será desinformação?

Depende do interesse de manipulação, afinal quem vai pagar quem vai comprar a consciência do povão, quem vai garantir o mensalão? Quem sabe, faz que não sabe, e quem acha que sabe, é o que menos sabe. Mas é o que no final da história, é a causa e o efeito, o resultado e a motivação que levam a mesma grande manipulação.

Chega!!! Não é possível que ninguém perceba. Pois mesmo com toda essa grande maestria, capaz de transformar a própria realidade, não é possível que vez ou outra, não tenhamos um minuto de sanidade que nos permita ver a verdade.

Ou chegamos à situação crítica de dependência psíquica desta verdadeira Matrix, da qual não queremos acordar, por termos a leve sensação de que não será tão bom, quanto à ilusão em que estamos, ou de fato já temos esta certeza com clareza de nossa real situação, mas sem aceitação.

Não sei, só sei que o tempo passa, e por inércia perdemos o bonde, mas graças a Deus ainda tem salvação, pois vês ou outra, temos nova chance, e podemos mudar de novo nossa situação, pois basta dar com a mão, no ponto da eleição, e quem sabem desta vez pegamos o bonde, e assim tenhamos a chance de assumir a direção de nosso futuro, e do da nação. Pois chegou à hora de sairmos da inércia e partirmos para ação, pois como disse John Lennon:

“A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro.”

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Restrição ao “Passe Livre”

A quem de fato interessa restringir o benefício

Por João Ricardo Nogueira

Na Sessão Planária de 13 de setembro, a Câmara Municipal de Cuiabá, aprovou por 14 votos e em Regime de Urgência um Projeto de Lei que restringe o horário do Passe Livre.

Citado nos artigos de 151 a 153 do Regimento Interno da Câmara Municipal de Cuiabá, “O regime de urgência simples será concedido pelo Plenário por requerimento de qualquer Vereador, quando se tratar de matéria de relevante interesse público que exija, por sua natureza, a pronta deliberação do Plenário.”(Art. 153). Diz também no Parágrafo 1º do Artigo anterior, que “O Plenário somente concederá a urgência especial quando a proposição, por seus objetivos, exija apreciação pronta sem o que perderá a oportunidade ou a eficácia.”

Pois bem, gostaria de entender qual a urgência, neste caso, que impediu que os Vereadores eleitos para representar os “Interesses do Povo” usassem dos meios de tramitação normal, dando assim oportunidade à sociedade organizada, principalmente às entidades estudantis, que tivessem conhecimento prévio desta pauta, tendo em vista que a mesma nem constava na pauta da referida sessão.

Mas o que mais me intriga é não conseguir enxergar onde está o relevante interesse público que levou mais de 2/3 dos Vereadores de Cuiabá, ou seja, 14 dos 19, a agir tão rapidamente na suposta defesa dos interesses da coletividade cuiabana.

Realmente fica muito difícil engolir tudo isso, ainda mais para mim que participei diretamente desta conquista. E olha que não foi uma conquista fácil. O passe livre foi implementado depois de cinco gigantescas passeatas, reunindo cada uma delas cerca de 10 mil pessoas, durante o ano de 2001, quando tive a honra de Presidir a Associação Cuiabana dos Estudantes Secundaristas – ACES, entidade que, juntamente com seus Grêmios afiliados, comandou as mobilizações pela conquista do Passe Livre.

Mas uma coisa eu posso aqui afirmar, os estudantes não se calarão diante dessa tentativa de golpe fascista e covarde de alguns Vereadores, que não deixam claro a interesses de que ou de quem conduzem esta manobra sorrateira. Pois com certeza não é em beneficio da Sociedade Cuiabana.

Agora vamos ver qual será a posição do Prefeito Wilson Santos. Será que repetirá o nobre gesto de Roberto França, que em 1999 se sensibilizou com os estudantes e vetou uma Lei que também, na época, foi aprovada em regime de urgência pelo legislativo municipal e revogava a meia-entrada. O veto de França garantiu a continuidade do benefício.

Ou será que o Prefeito Wilson Santos se renderá aos interesses que, parece-me, seduziram 14 vereadores de Cuiabá, e irá representá-los ao invés de representar os interesses do povo cuiabano?

Quero acreditar que o Prefeito Wilson Santos, até por sua origem e história política, não cederá à esses interesses e cumprirá sua palavra dada em entrevista coletiva, ocorrida em 23 de novembro de 2005, na qual inclusive eu estive presente e me lembro muito bem, quando afirmou categoricamente que não mexeria no Passe Livre e que o beneficio estava assegurado até o final de seu mandato como Prefeito de Cuiabá.

Prefeito Wilson Santos, vete este projeto de Lei, cumpra com sua palavra, e reconquiste o respeito dos movimentos estudantis, hoje em clara oposição à sua gestão.

Artigo também publicado no site Olhar Direto.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Mostra a tua cara

Por João Ricardo Nogueira

“...Mostra a tua cara...“????”...Qual é o teu negócio?
...Confia em mim...”
(Cazuza/ Nilo Roméro / George Israel)


"A personalidade tem o poder de abrir as portas, mas é o caráter que as mantém abertas."

Definições:
“Define-se a personalidade como tudo aquilo que distingue um indivíduo de outros indivíduos, ou seja, o conjunto de características psicológicas que determinam a sua individualidade pessoal e social. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo deriva do grego persona, com significado de máscara, designava a "personagem" representada pelos atores teatrais no palco.”

Caráter: Em psicologia é o termo que designa o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo; esta qualidade, é inerente somente à uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser desta; sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção moral; seu gênio, humor, temperamento, este, sendo resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais.
Caráter é a soma de nossos hábitos, virtudes e vícios.”


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“Deixo assim ficar subentendido.
Como uma idéia que existe na cabeça,
E não tem a menor obrigação de acontecer.”
(Lulu Santos e Nelson Motta)

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Fazer Valer...

Por João Ricardo Nogueira

As vezes me pergunto o que fazer, sem saber o que pensar, nem saber o que sonhar, apenas tento imaginar. Imaginar o final dos tempos, o fim do meu tempo. É ai que pergunto, o que estou fazendo nesse tempo? Será que só passando o tempo?

Quanto vale o nosso tempo? De que vale nosso tempo nesse tempo?

Cada vez mais, temos mais pressa, pressa de atingir algum objetivo que nos faça sentido, que nos de motivos, motivos de lutar, motivos de evoluir, motivos de conquistar.

Conquistar o que não temos, conquistar o que queremos. Mas como conquistar o que perdemos? Será que já perdemos tempo, pensando no tempo?

Os gregos antigos, tinham duas palavras para o tempo: Chronos e Kairós. Enquanto o primeiro refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, esse último é um momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece.

Podemos dizer que Kairós, é o tempo gasto com qualidade e não em quantidade. O tempo que usamos, para fazer valer nosso tempo, no qual valorizamos o momento, o momento que tem valor, o momento que se torna eterno.

A vida é cheia de momentos assim: o amanhecer, o nascimento, o primeiro beijo, enfim tudo aquilo que se torna eterno para nós.

A questão não é quanto chronos temos, mas quantos kairós fazemos com nosso chronos.

Pensando nisso, percebo que nosso tempo nesse tempo, precisa ter um momento, um momento que se torne eterno, não somente para nós, mas para o mundo, um momento que prove que estivemos aqui, que nos torne eternos em todos os tempos.

Exitem varias formas de se alcansar esses momentos, talves a mais importante seja simplesmente ter um filho, dar continuidade a sua linhagem, talves? Mas com certeza a mais nobre e fundamental, seja a capacidade de doar-se a humanidade, de usar o seu Kairós para mudar o nosso tempo, e assim fazer a diferença para todos os outros tempos.

A vida não deve ser medida pela extensão, pelo chronos, mas pelos eventos enriquecedores, o kairós. Matusalém viveu 969 anos e dele se diz que gerou filhos e filhas. Jesus viveu cerca de 33 anos, não gerou filhos e filhas, mas mudou o mundo para sempre.

Não estou defendendo uma visão exclusivamente kairós do tempo. Mas pensar apenas chronos é limitar, e estreitar o uso do tempo, ligando-o apenas ao relógio, aos afazeres e tarefas, deixando de lado o usufruir, o aproveitar e o usar o tempo com qualidade e não como quantidade, para fazer valer o seu tempo.

E afinal, você está sendo mais chronos ou kairós com o seu tempo?

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Até quando???

Por João Ricardo Nogueira

Vemos cada vez mais freqüente na mídia, casos de corrupção política, e passamos a acreditar que é assim mesmo e que todo político é corrupto, melhor dizendo, que a política não presta, não é mesmo?

Achamos que isso não é nossa responsabilidade; afinal somos meros mortais, longe do poder constituído, sem qualquer influência pra mudar isso.

Felizmente quero aqui discordar duas vezes: uma porque somos sim, responsáveis; e outra porque podemos sim, mudar isso.

Mas quero aqui fazer uma reflexão e propor uma auto-crítica na consciência coletiva:
Desde criança, somos corrompidos por nossos próprios pais, quando nos subornam com balas, doces entre outras gulouseimas em troca de nossa obediência.
Na adolescência, garantimos um bom presente de final de ano, se tirarmos boas notas na escola. Já no inicio da juventude um melhor ainda, se passarmos no vestibular.

Algumas vezes, presenciamos nossos pais ou outros membros de nossa família pedindo ao guarda de trânsito que dê um jeitinho de não aplicar a multa; é claro, em troca de um cafezinho. Afinal, isso é só o “jeitinho brasileiro”. É normal, todos fazem, e não faz mal a ninguém, certo?

Por diversas vezes, vemos alguém defendendo, que temos que ser espertos e saber tirar vantagem em tudo na vida; afinal dizem: “O mundo é dos espertos”, cumprindo assim a Lei de Gerson, onde o mesmo, em comercial de cigarros de 1976, defendia que se deve tirar vantagem, afinal “Você gosta de levar vantagem em tudo, certo?"

É bem mais fácil, julgarmos e culparmos os políticos, como se eles não fossem um mero reflexo de nossa sociedade, ou pior, como se não fossemos nós que os colocássemos como representantes de nossos interesses. Nos eximimos da responsabilidade pois desta forma não precisamos nos preocupar em fiscalizar, em cobrar, ou mesmo em entender a política.

O que não percebemos ainda, é que por omissão, nos tornamos cúmplices dos erros, pois se temos a consciência de atos desonestos e nada fazemos para mudar, também somos culpados destes erros, mesmo que não tenhamos nos beneficiado deles.

Mas o mais importante, é que não temos consciência de que o Voto nada mais é do que uma Procuração, porém uma procuração dada em branco para alguém nos representar por 4 ou 8 anos, como bem quiser. Você teria coragem de dar uma procuração a um desconhecido ou mesmo não acompanhar o que ele faz em seu nome?
Por que então não achamos importante acompanhar os mandatos dos nossos representantes?

A palavra corrupção deriva do latim corruptus que, numa primeira acepção, significa quebrado em pedaços e numa segunda acepção, apodrecido, pútrido. Por conseguinte, o verbo corromper significa tornar pútrido, podre.

Até quando vamos permitir que a nossa sociedade seja qualificada de corrupta,ou no pior sentido literal da palavra, uma Sociedade Podre?

Sou apenas o que sou...

Por João Ricardo Nogueira

Eu sou um livro aberto com histórias, um sonho incerto com memórias, do meu passado que ficou. Eu sou um porto amigo sem abrigos, um parabrilho nos desvios, eu sou apenas o que sou.

Eu sou um moço velho, que já viveu muito, que já sofreu muito... Eu sou um velho moço, que não viveu tudo, que não sofreu tudo, que não morreu de amor...

Mas sou alguém livre, não sou escravo e nunca fui senhor. Eu simplesmente sou um homem que ainda crê no amor...

Por isso sonho, por isso, vivo, por isso amo minha vida... E aprendi a viver como sonhador, como romântico que ainda crê no amor...

“Porque, embora quem quase morra esteja vivo, quem quase vive já morreu."

Acredito que viver não é só respirar, mas sim participar e influenciar para mudar.
Mudar o que esta errado, mudar o que não esta bom, construir o futuro da nação.

Não adianta reclamar, não adianta saber e nada fazer, pois com a sabedoria vem a obrigação, de lutar pelo futuro da nação, de defender o nosso quinhão...

Muitos pobres de espírito não lutam, preferem se entregar e aceitar essa triste realidade em que vivemos, onde embora o sol expanda energia universal, falta lugar ao sol, faltam empregos, salários e, vergonhosamente, comida, na mesa de muitos.

Esses pobres de espírito, já se acostumaram com essa realidade, passaram a achar normal a miséria, já não se comovem quando vêem crianças e velhos dormindo nas calçadas das grandes cidades, sujeitos a todo tipo de sorte.

Vivem suas vidas, como se nada houvesse de errado, pois no final do ano pra se redimirem da inércia, sempre fazem alguma caridade ou dão alguma contribuição a qualquer instituição, que na maioria das vezes, nem conhecem, e nunca quiseram conhecer, pois não estão dispostos e ter que enfrentar cara a cara a realidade, para não perder a ilusão de que tudo esta bom.

Se não queremos ser cúmplices dessa realidade, devemos fazer nossa parte, pois como disse James Baldwin a Martin Luther King:

“Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado,
Mas nada pode ser modificado sem ser enfrentado”.

Por fim quero aqui encerrar parafraseando Aristóteles, quando sabiamente disse que:

“A grandeza não consiste em receber honras, mas sim em merecê-las...”

Por isso, não se acomode diante das injustiças de nosso mundo, faça sua parte,
Mereça...