domingo, 3 de outubro de 2021

𝙊 𝙋𝙏 𝙚 𝙖 𝙊𝙧𝙞𝙜𝙚𝙢 𝙙𝙤 Ó𝙙𝙞𝙤 𝙋𝙤𝙡í𝙩𝙞𝙘𝙤

Por João Ricardo Nogueira

Começo este texto afirmando claramente, que não se trata de uma generalização. No PT existem Muitos (com 'M' maiúsculo) democratas e que são pessoas do bem, aliás a grande maioria das que eu conheço. Porém sempre existiu uma parcela sectária no PT, daqueles que não toleram a democracia e que se julgam no direito de impor suas opiniões e suas verdades como absolutas e hegemônicas. É natural do debate político a divergência, mas é com argumentos que se constrói, não com imposição. Infelizmente desde minha adolescência na época do movimento estudantil, eu conheci este lado ruim de alguns petistas. Fui líder estudantil em Cuiabá-MT, e na minha época de militância estudantil fui presidente da ACES e da AME, respectivamente entidade da capital e a estadual de MT. Na época tive uma pequena oposição de militantes do PT e do PC do B, que não aceitavam o fato de um cara que havia recém chegado do RJ ser eleito presidente da principal entidade juvenil do estado de MT. Até aí tudo bem, já perdi eleições e sei como isso é ruim. Mas sempre respeitei o resultado das urnas, afinal democratas de verdade aceitam derrotas. Mas o estranho durante este período, foi ter sido alvo de campanhas difamatórias e de fakenews que chegaram a produzir uma espécie de ódio em pessoas que sequer me conheciam. Militantes da Juventude do PT e da UJS (Juventude do PC do B), que nunca tinham sequer me visto pessoalmente ou mesmo trocado uma palavra comigo, mas que já haviam decidido me odiar. O mais contraditório em tudo isso, é que até hoje, as principais conquistas do movimento estudantil de MT, ocorreram durante meus mandatos e literalmente foram fruto de movimentos liderados por mim a frente do movimento estudantil. Como por exemplo o Passe Livre que este ano, aliás em breve, completará 20 anos de aprovação. Este breve relato pessoal, é apenas para demonstrar que esse radicalismo político não é de hoje, e que esse clima de polarização e ódio sempre existiu e em grande parte foi cultivado por grupos dentro do PT. Mas por outro lado, no PT também existem grupos os quais admiro desde sempre, como a ala que se envolvem com as pastorais por exemplo, bem como os movimentos sindicais os quais sempre tive boa relação. Mas a motivação deste texto é questionar o que ocorreu ontem na Avenida Paulista. Neste último sábado dia 02 de outubro de 2021, houveram manifestação em 14 capitais e em várias cidades pelo #ForaBolsonaro. Estes movimentos foram organizados de forma suprapartidária e com ampla adesão de movimentos sociais e entidades de classe. Um movimento politicamente plural, com espaço para todos os democratas. Ao menos aqueles que de fato colocam o Brasil acima das questões eleitorais… O fato é que durante a fala de Ciro Gomes, militantes do PT tentaram a todo custo atrapalhar com batucadas e vaias. Até aí, discordo mas tudo bem, apesar de ser uma atitude idiota, não passa disso. Mas o que me chamou atenção e me indignou muito, foi tentarem o agredir fisicamente jogando algum objeto contra ele, como mostrou claramente as imagens divulgadas pelo Metrópoles, que mostra a tentativa de agressão e a pessoa sendo contida no ato em flagrante delito. Tentei resistir ao discurso de que o PT quer manter a todo custo a polarização com Bolsonaro, para promover um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o que garantiria a eleição de Lula no segundo turno como avaliam os petistas. Mas a ampla campanha de desmobilização do ato do dia 12 de setembro, somados a estes últimos acontecimentos deixam claro que este argumento não é apenas retórica, mas encontra respaldo nos fatos. Infelizmente o PT está deixando claro a todos, que a única coisa que importa (a eles) é a eleição do Lula. E é exatamente este tipo de comportamento odiento, sectário e antidemocrático que vai criar a conjuntura necessária para a ruptura desta bolha de polarização que o PT tenta manter a qualquer custo. Por fim, deixo aqui uma pergunta aos petistas democratas. Por que Lula não participou dos atos de ontem?