domingo, 13 de fevereiro de 2022

A Internet e o Culto a Ignorância

Por João Ricardo Nogueira

É normal hoje em dia não sabermos telefones de cabeça, afinal temos celulares com agendas para isso não é mesmo? Me lembro que a alguns anos atrás, antes dos smartphones, eu sabia de cabeça mais de 30 números e por incrível que pareça, isso era normal na época.


A poucos dias eu estava conversando com um familiar sobre um tema teológico, divergimos pontualmente em um determinado assunto que não vem ao caso aqui, mas o ponto é que a pessoa em vez de pegar a bíblia ou mesmo tentar argumentar de sua própria cabeça com o conhecimento que possuía, imediatamente foi ao Google pesquisar o assunto.


É obvio que tecnologia facilita a nossa vida e não precisamos decorar telefones, mas não podemos transferir nossa capacidade intelectual de racionalizar para a internet através de uma busca sobre o assunto... Quando foi que paramos de pensar?


Em pleno século 21, voltamos discutir se a terra plana, eficiência das vacinas e até o nazismo voltou ao debate. O achismo viraliza e a ciência e o saber científico é questionado... Antigamente existia harmonia sobre estes temas já superados e fora de debate, como “a Terra é redonda”, “Vacina é boa”, “nazismo é ruim”, etc.


Der repente, o conhecimento formal acumulado por séculos de estudos científicos, virou apenas uma questão de opinião. Afinal uma pessoa hoje, simplesmente faz um post e afirma que, na sua opinião, "a Terra é plana” e a sociedade não apenas aceita o debate como da voz a um absurdo desses.


O Brasil de hoje está pagando um alto preço como consequência de séculos de desprezo a educação e ao conhecimento. Deixamos de ser colônia a dois séculos, este ano completaremos 200 anos de independência, mas nossa cultura ainda hoje é colonizada. Precisamos urgentemente, superar essa cultura de apologia a ignorância e entender de uma vez por todas que só a educação formal poderá transformar nosso país e nos dar a verdadeira independência.


Este ano de 2022, por ser um ano eleitoral, com certeza será um ano em que novamente as fakenews vão dominar os grupos de whatsapp e as redes sociais. Combater isso é como enxugar gelo, afinal quem acredita em fakenews e as dicemina, normalmente são pessoas com baixo raciocínio crítico. Exatamente por isso, essas pessoas são o principal alvo de estruturas montadas para disseminar informações e notícias falsas, afinal por não questionarem, acreditam facilmente nas fakenews.


Diante disso, a pergunta que fica é:
Como promover o raciocínio crítico, em pessoas que questionam vacinas e acreditam em terra plana?