sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Viva Che Guevara, Abaixo a Veja

Por João Ricardo Nogueira

“Muitos dirão que sou aventureiro, eu sou de fato, só que de um tipo diferente, daqueles que entregam a pele para demonstrar suas verdades”.* - Che Guevara
*Trecho de carta endereçada aos seus pais, antes de partir para sua última trincheira na Bolívia.

Grupo Abril mostra sua cara. O Grupo Abril de Comunicação - dono da revista Veja, resolveu assumir definitivamente a sua real postura: vendida aos interesses dos grandes capitais e mera repetidora dos interesses neoliberais de Washington. Na edição do dia 3 de outubro deste mês da revista VEJA traz, como manchete, uma reportagem tendenciosa e difamadora contra a lendária figura do argentino Ernesto "Che" Guevara.

Isso não me surpreende, tendo em vista sua origem e seu mais recente acionista, o grupo de mídia sul-africano Naspers, que adquiriu 30% do capital acionário da Editora Abril. Vale ressaltar que o grupo Naspers, foi o porta-voz do Apartheid Sul Africano, durante toda sua existência. De seus quadros saíram D.F. Malan, que tornou lei a segregação racial e mais dois chefes do Estado pária: H.F. Verwoerd e P. Botha.

Na Matéria com a chamada de Capa "Che - A farsa do herói" e título "Che - Há quarenta anos morria o homem e nascia a farsa", a revista VEJA - de conhecido caráter demagógico, tendencioso e oportunista – tenta sem êxito, manchar a memória de um dos maiores, senão o maior herói do último século, nosso camarada Ernesto Che Guevara. Pois como poucos, foi capaz de arriscar a própria pele por aquilo que acreditava, por ideais de liberdade e igualdade, mostrando na pratica tudo aquilo que defendia na teoria, com seus exemplos de grande humanista que foi.

Guevara valorizava muito o aspecto ideológico também na construção do chamado "homem novo", ou seja, de um novo humanismo socialista. Em "O que deve ser um jovem comunista", escreveu ele: "o que se coloca para todo jovem comunista é ser essencialmente humano, ser tão humano que se aproxime do melhor dos humanos. Purificar o melhor do homem através do trabalho, do estudo, da prática da solidariedade contínua com o povo e com todos os povos do mundo; desenvolver o máximo de sensibilidade, até o ponto de sentir-se angustiado quando em algum canto do mundo um homem é assassinado e até o ponto de sentir-se entusiasmado quando em algum canto do mundo se levanta uma nova bandeira de liberdade".

Talvez por pensar e agir assim, Che Guevara seja chamado carinhosamente em Cuba de Comandante Amigo pelos cubanos, que o admiram por seus exemplos, como o de ir cortar Cana durante a colheita, mesmo sendo no período, Ministro do Governo Cubano, se igualando aos cidadãos comuns.

E esse respeito, carinho e admiração que sentem os cubanos pelo Che, é algo tão sincero que parece o terem, não como um ídolo distante, mas como um parente próximo, um irmão que se foi e que deixou saudades. Tive a oportunidade de presenciar isso de perto, durante o XIV Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes em 1997 quando estive em Cuba por aproximadamente 15 dias, período esse que me hospedei em casa de cubanos para poder conhecer ao máximo a realidade desse povo maravilhoso.

Na reportagem, ficam evidentes as intenções do Grupo Abril em difamar, de forma vergonhosa a imagem de homem que não pode mais se defender, mas que em vida lutou por ideais de justiça e igualdade - bandeira que o Capitalismo jamais portará.

Mas a própria matéria mentirosa e difamadora, se desmente em vários trechos, onde entra em contradição com o que diz, deixando claro a origem mentirosa das informações como:

“Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto.” Referindo-se a essa fala, como sendo de Che em um “...pedido de misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida...”

Em outros trechos refere-se a Che como: “...um guerreiro disposto ao sacrifício em nome de ideais que valem mais que a própria vida.” Depois referindo-se a batalha no Congo diz: “...Che propôs a seus comandados lutar até a morte.”

Em outro trecho da matéria, a Veja afirma: “Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro.” Logo a seguir diz: “Che também se tornou crítico feroz da União Soviética...”

Poderia aqui citar varias outras contradições, não só da própria matéria, mas dos fatos reais envolvendo os eventos citados pela Veja. Mas o que importa é esclarecer ao leitor, sobre a credibilidade da mesma, pois alem da própria revista não ter nenhuma isenção para tratar do assunto, a mesma só ouviu em suas entrevistas dirigidas, pessoas opositoras ao regime cubano, que não moram em Cuba, sendo a maior parte residente em Miami, mas todas vivem nos Estados Unidos.

Gostaria de mostrar quem são as fontes de suposta credibilidade da Veja na matéria em questão, para não ser cansativo, expondo a capivara de todos escolhi apenas um que mostra a que tipo de gente a revista Veja da credibilidade. Segue abaixo transcrição de parte de um texto publicado no Jornal Hora do Povo, sobre Felix Rodriguez, representante da CIA na ação militar que capturou e executou Che Guevara na Bolivia.

"A outra fonte é ainda mais isenta: um esbirro do quarto escalão da CIA, Felix Rodriguez.
Rodriguez foi o capanga que George Bush, pai, encarregou do tráfico de cocaína na operação Irã-contras (um comparsa de Rodriguez, Gerald Latchinian, foi preso em outubro de 1984 pela polícia americana com um carregamento de US$ 10,3 milhões em cocaína, comprada com dinheiro da CIA); antes, havia sido parceiro do terrorista Posada Carriles nos atentados à população civil cubana. Sobrinho do ministro de Obras Públicas (e que obras!) da ditadura Fulgencio Batista, depois da revolução cubana Rodriguez foi cabecilha dos torturadores de Rafael Trujillo, na República Dominicana; em 1960, esteve na “Operação 40”, da CIA - atentados terroristas em Cuba - e foi instrutor da “brigada 2506” – os vermes da Baía dos Porcos; na Bolívia, esse gangster deu a ordem para o assassinato do Che; em seguida, foi um dos carrascos da Operação Phoenix, no Vietnã (70.000 a 100.000 assassinatos – em 1974, a CIA admitiu 26.369 assassinatos de “não combatentes”, isto é, civis, ao Congresso dos EUA) e da Operação Condor, na América Latina; um dos “encanadores” de Nixon, naquilo que acabaria redundando no escândalo de Watergate; e torturador reconhecido pela própria Justiça de Miami (decisão do juiz Neale Foster, junho de 2004, ao não aceitar seu depoimento num caso de atentado aos direitos humanos)."

Por tudo isso, brademos em alto e bom som:
Viva Che Guevara e Abaixo a Veja!!!


Alguns sites que publicaram este artigo:

5 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns João por defender a história de Che. A revista Veja é facista como sabemos e, portanto, tenta colocar a imagem dos heróis do povo (Bolivar, Sandino, Fidel, Lamarca, Stalin etc) ao mesmo patamar dos "heróis" que assassinam no Iraque, Afeganistão,Coréia etc.
Vale a pena contrapor essa mentira.

kelly Fernandes disse...

João,é bonito de sua parte devender um heroi, que sempre estará vivo para os jovens

Abraço

Anônimo disse...

João Ricardo, como você eu também não me surpreendo com os ardis desses antros golpistas. Atacar e desmerecer alguns dos melhores homens que a humanidade já produziu só coloca à nu o caráter(mas principalmente, a falta dele)rasteiro dessa corja. Valeu, João! Pátria ou Morte! Viva Che! Viva Lula! Viva o Brasil!

Renata disse...

Fantástico primo, nem é preciso dizer mais nada né...

Anônimo disse...

Escelente João...Fazer lembrar de um herói da maneira que a Veja fez,é de uma tremenda sacanagem!Sabe pq falo lembrar?
Bom é como diz aquele velho ditado,"Fale mal,fale bem...mas fale de mim..."assim interpreto oq a veja passa,pq oq interessa pra nos é q esse herói revolucionário estara sempre na nossa boa lembrança!!!Abaixo a Veja(vejo a sujeira q a Veja nos traz)...abraço